Como diz, o cantor e compositor Lulu Santos: ¨Nada do que foi será, de novo do jeito que já foi um dia. Tudo passa, tudo sempre passará¨. Mas qual o legado que permanecerá quando acabar a pandemia?
Antes da pandemia estávamos acostumados a viver traumas psíquicos individuais. Atualmente além dos individuais, vivemos também, os traumas coletivos.
Em maior ou menor escala, o trauma emocional nos traz uma desorganização da vida diária, dos pensamentos e dos sentimentos.
Por outro lado, o que nos reorganiza é a condição de lidar psiquicamente com este trauma.
E a pandemia parece que soltou a voz do trauma coletivo nas redes sociais e na mídia tradicional e revelou a pouca civilidade entre nós.
Pois é, parece que nós humanos somos dotados de uma casquinha muito fininha chamada civilidade.
Mas, o que é civilidade? Civilidade segundo o dicionário Michaelis é: ¨Conjunto de formalidades adotadas pelos cidadãos entre si para demonstrar consideração e respeito mútuo; boas maneiras, urbanidade¨.
Esse comportamento exige das pessoas alguns desprendimentos de egoísmos e de um olhar só para si.
É esse desprendimento que torna a capacidade de olhar para o outro como alguém que tem valores e emoções e que merece respeito.
Na falta de contato com o mundo, nos resta o olhar para dentro de nós e percebermos o outro, os fatos e as situações que vivenciamos com reflexão, fundamentação e com autoconhecimento.
A psicoterapia proporciona o autoconhecimento, trazendo a oportunidade de avaliar as emoções contidas nas experiências vividas, fixa-las ou modifica-las, contribuindo com o discernimento em tomadas de atitudes.
Mas, ao final da pandemia seremos ou não sobreviventes de um mundo que está por vir, e a questão que se coloca é: se tudo passa, e se tudo sempre passará, o que permanecerá pós pandemia dentro de cada um de nós?
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