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Silvana Rocca

Conversando sobre a descoberta da identidade sexual

Comparando a construção da identidade sexual com o processo de edificação de uma casa, psiquicamente este processo emocional de empreendimento terminará com a formação da identidade sexual.


Compreendendo que a identidade sexual não é determinada pelo sexo biológico, este texto tem o objetivo de trocar ideias sobre a auto percepção de cada indivíduo em relação a sua identidade sexual.


O desenvolvimento emocional da identidade sexual é um caminho extenso e envolve a forma pela qual a criança se relaciona com seus pais, com seu ambiente familiar, social e com as experiências vividas ao longo de sua vida.


Assim a identidade sexual inicia com o nascimento e conta com a base de afeto construída na relação que irá desde a alimentação, até os cuidados de bem estar físico e emocional investidos no bebê.


Desta fase, que é o alicerce até as próximas etapas da construção da identidade sexual, mudanças ocorrerão no desenvolvimento emocional e físico da criança.


Estudos psicológicos apontam que aos quatro anos as crianças conseguem perceber melhor a identidade sexual biológica.


Neste momento surgem as perguntas sobre o nascimento dos bebês e curiosidades dos pequenos a respeito dos órgãos genitais masculinos e femininos.


Em torno dos cinco anos surgem as paixões pelos genitores. Na maioria das vezes os meninos pela mãe e as meninas pelo pai.


Considerando que a construção da sexualidade está em andamento, agora conquistam uma janela nesta obra, e através dela, conseguem ver com mais clareza que existe outro sexo biológico que não o seu.


Aproximadamente dos oito aos dez anos e mantendo o processo evolutivo rumo a uma identidade sexual, surgem os “clubes da Luluzinha” e do “Bolinha”. Até chegar no “nojo” dos meninos pelas meninas, e vice e versa.


Vamos ao telhado no período da pré-adolescência até o início da vida adulta, onde várias áreas de identidades estão se reorganizando.


Os flertes e namoricos estão presentes com dramaticidade na vida dos adolescentes. As novas experiências emocionais enfrentadas são margeadas por dúvidas, angustias e turbilhões de sentimentos, positivos e negativos.


Na maioria das vezes, no final da adolescência e início da vida adulta, há uma clareza sobre a identidade sexual desenvolvida.


Assim, é importante não abreviar essa longa jornada psíquica rumo a construção da sexualidade.


Afinal, escolher ou ser escolhido por uma identidade sexual, pode refletir e nortear uma forma de ser e de viver.


Para essa obra ser finalizada, depende de uma sólida construção psíquica, que é única e que levou anos para ficar pronta, pois, por mais que uma casa seja semelhante a outra, nunca serão iguais.


E graciosamente a vida oferece a oportunidade de depois de toda uma construção realizada, refazê-la, reformar ou construir uma nova casa.


A psicoterapia sustenta o entendimento emocional dos conflitos entre o corpo biológico, a sexualidade e o que naturalmente compõe um sentido de ser.

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