top of page
  • Silvana Rocca Instagram
  • Silvana Rocca Facebook

Conversando sobre o que se acha na brincadeira de esconde-esconde

Silvana Rocca

Já sentiram a felicidade de encontrar um objeto perdido? O que faz com que esse encontro ganhe tanta importância?


Os objetos que encontramos nos auxiliam a dar nossa identidade, e como se este objeto dissesse: esse e você! E felizes dizemos, este é o meu livro, os meus óculos, minhas chaves!


A felicidade não está em encontrar o objeto, pois se não recuperados podem ser repostos.


A felicidade vem de se reconhecer por meio do objeto. Ou seja, o objeto é “a sua cara”.


Estamos conversando sobre identidade, que é um processo que inicia com o nascimento e que vai se fortalecendo em cada fase do desenvolvimento psíquico.


Essa fase de reconhecimento fica bem evidente aos oito ou nove meses do bebê, quando eles começam a se interessar pelas pessoas que aparecem e desaparecem.


Brincar compreende momentos de leveza, onde algumas angustias se dissipam e proporcionam genuinamente ser quem se é.


Quando a mãe coloca um pano da cabeça, e ao tirar faz huhuuuu.... a criança fica muito feliz e sorri alegremente.


Brincar de esconde-esconde, também pode corresponder a jogar algo no chão como, brinquedos, chupeta e objetos que estão na mão, e recuperá-los.


Porém quando a mãe ou o objeto não aparecem rapidamente a criança começa a se sentir angustiada, faz carinha de choro e pode sentir-se confusa.


E quando a mãe diz achou! A criança não está feliz pelo objeto em si, mas porque a mãe encontrou o seu filho. Então o bebê sente que sobreviveu e a sobrevivência é o primórdio de uma identidade.


A criança precisa psiquicamente ser achada e reconhecida pelo outro como bebê.


Aos poucos a criança vai invertendo a brincadeira e passa a por o pano no seu rosto para desaparecer...nesse momento o bebê se sente no controle da situação.


Estas evoluções da brincadeira fazem com que o medo do abandono aos poucos vá se transformando num jeito de encarrar os sentimentos de dor e a ideia de que o ir e vir, não está sob o seu controle.


Então, quando num processo psíquico de adulto a infância está sendo reeditada, encontra-se a oportunidade de reescrever emocionalmente uma história.



Os processos psíquicos auxiliam encontrar caminhos para lidar

com emoções como o medo e as angustias que permeiam o viver

e tornam as pessoas sobreviventes aos seus sentimentos.


43 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Comments


bottom of page