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Conversando sobre quando as mães precisam ser desnecessárias para os filhos

Silvana Rocca

Embora pareça estranho associar o termo mãe ao conceito da palavra desnecessária, é importante conversarmos sobre as demandas de alguns jovens adultos que permanecem emocionalmente infantilizados.


Inicialmente, no processo da maternidade, a mãe precisa estar presente o tempo todo com o seu bebê.


Esta presença física da mãe, sentindo as questões emocionais e de sobrevivência do filho, traz um grande poder de acolhimento e amadurecimento psíquico para o bebê.


Ao longo dos anos, esse amadurecimento ocorrerá com o afastamento gradual da mãe, ou seja, a criança cresce e se desenvolve fisicamente, socialmente e emocionalmente, e naturalmente precisará menos da presença da mãe.


À medida que uma criança se desenvolve e a mãe sustenta um excesso de preenchimento de espaços emocionais do filho, ela pode estar contribuindo para a infantilização de um futuro adulto.


Atualmente, uma grande parte da população de jovens adultos não consegue se manter com o trabalho e dependem financeiramente ou emocionalmente dos pais.


Como exemplo desta situação, vemos alguns adultos com profissões definidas que não conseguem estar no mercado de trabalho e transformam-se em eternos estudantes.


Outros que permanecem anos em uma universidade e com muita dificuldade as vezes conseguem uma graduação.


Alguns dizem moram sozinhos, mas, a mãe lava, passa as roupas e fornece alimentação.


Esses pseudos adultos são na maioria das vezes crianças que, se desenvolveram com mães que se fizeram necessárias em inúmeras ocasiões, onde possivelmente eram desnecessárias.


Esse desejo excessivo da mãe em preencher todas as lacunas, sejam financeiras ou mentais dos filhos, está relacionada a uma ideia de não faltar nada para o filho.


A consequência desta necessidade excessiva na vida do filho pode levar a duas situações comuns: A primeira é que pode haver uma confusão entre o que o filho precisa e o que é a necessidade desta “super” mãe. A outra questão é que esta mãe não está enxergando o filho. Está enxergando a si mesma.


E a frase que as mães tomam como justificativa é: “não quero que meu filho sofra o que eu sofri”. Sofrer faz parte do amadurecimento e crescimento de todo o ser humano.


Uma mãe precisa se fazer desnecessária, pois, é assim que surge um espaço mental para enxergar o outro. Então, os filhos podem crescer tornando-se adultos mais independentes e capazes.


O processo psicoterapêutico contribui para uma melhor

compreensão do vínculo estabelecido entre mães e filhos,

possibilitando o fortalecimento emocional de ambos.

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